A História da Caligrafia
A caligrafia é a arte da escrita. Elegante e fina. A escrita é um meio de comunicação por sinais preestabelecidos. Podemos gravar, imprimir e escrever à mão. Podemos gravar em pedras, metais ou madeira, Podemos imprimir em papel. Gravar e imprimir, porém, são formas de escrevermos de modo padronizado, impessoal.
Diferentemente, os manuscritos - textos escritos à mão - possuem uma forma pessoal, possuem o ESTILO PRÓPRIO, de quem escreve. As formas antigas e atuais desta arte, nos mostram que a grafia manuscrita possibilita infinitas variações pessoais e artísticas. Mudanças e comportamentos em modismos através da história mudam as tendências de emoções humanas, bem como as suas formas de expressão.
Deste modo, as tendências da caligrafia, também se modificam. A necessidade de desenvolvimento da velocidade é a primeira transformação radical nos traços artísticos. Torna-os menos rebuscados. A caligrafia pode ser definida como grafia manuscrita, na qual a liberdade individual é bem conciliada com os olhos que a lêem. Reconhece-se imediatamente a beleza proveniente dos componentes gráficos numa bela proporção de traços e harmonioso conjunto das letras de uma palavra.
Muitos escritos de um passado remoto, ou mais recentes como "Manuscritas Rústicas" , "Carolinas" e "Minúsculas", assim como as "Góticas", que as seguiram. Isso demonstra que as letras manuscritas, apesar de artesanato elementar é capaz de infinitas variações.
No período medieval, incluindo as ordens religiosas, maravilhosos textos caligrafados foram produzidos. Muitas classes sociais ocupavam-se disso, trabalhando com exclusividade nesta forma artística escrivães públicos, criados e artesãos, em geral.
Se a pessoa demonstrava tendência a este tipo de arte, imediatamente era afastada de suas funções cotidianas e todo o seu tempo era dedicado ao estudo e exercício, para que seus dons fossem cada vez mais desenvolvidos. Sua vida social e financeira, ascendia automaticamente e ali, como artista, o artesão era diferenciado. Assim se tornavam, com o tempo, mestres calígrafos.
Esses calígrafos, finalmente, seriam destinados à elaboração de documentos e textos muito importante. Os iniciados e intermediários, de médio desenvolvimento artístico, ocupavam-se de tarefas e documentos mais simples. Aos mestres cabia o trabalho mais nobre. Assim mesmo, por vezes, demoravam anos e anos, para grafar textos de obras literárias sagradas importantes às quais eram escritas sobre o couro de carneiro ou papiro vegetal, e eram encadernadas em couro especial, com inscrições em ouro. Algumas dessas valiosíssimas obras, encontram-se ainda em exposição em famosos museus europeus e asiáticos.
A época Renascentista mudou drasticamente a tradição da escrita européia. Por todo o continente apenas um país, resistiu bravamente aos seus costumes e tradições e manteve-se firme e fortemente; dando ainda mais ênfase à escrita GÓTICA. Esse país era a Alemanha. Por isso a denominação até os dias de hoje: CALIGRAFIA GÓTICA ALEMÂ.
A Renascença, em toda a sua revolução cultural na Europa, nos séculos passados, fez muito mais do que reverter os estilos artísticos. Em sua fase inicial, foi um movimento de curiosidade intelectual sem limites, ou seja, a marca de uma qualidade humanística. Esta sempre foi uma qualidade, do ser humano predominante nesta revolução cultural.
No século XV, a igreja era incumbida da tarefa de lecionar para o povo em geral. Ela dominava o mestrado das artes, da ciência, enfim do conhecimento em geral. A caligrafia artística foi desenvolvida principalmente pelo clero, na propagação das artes e ciências. Esta é uma das heranças culturais e artísticas da Igreja.
A sociedade medieval dependia das autoridades, da Igreja e do Estado. Mãos foram treinadas e livros foram escritos de acordo com o procedimentos e demandas litúrgicas, administrativas e judiciárias. Como em outras manifestações artísticas a CURIA romana mantinha (e até hoje mantém) um grupo de artistas calígrafos, conhecidos como CHANCELARIA APOSTÓLICA, que emitia todos os documentos do papa, e uma chancelaria menor, encarregada de outros livros e documentos. Em 1431, foi designado um calígrafo especial para o papa Eugênio IV, , para documentos e cartas breves. Era uma caligrafia não elaborada, rápida e sem enfeites, porém muito bonita. Essa caligrafia ficou conhecida como MANUSCRITA CURSIVA, passando a ser um exemplo corrente a partir do século seguinte
Os primeiros trabalhos em formação de letras, usaram letras maiúsculas e foram compilados por entusiasmados admiradores das antigas inscrições em Latim, como Ciriaco de Ancona, que coletou, transcreveu e copiou todos os memoriais, inscrições em lápides de túmulos e inscrições em tábuas de madeira e pedra, que ele pode descobrir.Andrea Mantegna introduziu seus famosos manuscritos em Pádua. Feliciano de Verona, compilou uma coleção de textos a Mantegna. Feliciano também artesanalmente escreveu o mais extenso tratado das variadas formas de caligrafia. Este trabalho está datado de 1463 sendo o primeiro a fornecer diagramas e instruções de formas das letras maiúsculas romanas. O primeiro trabalho impresso, desta espécie é modestamente anônimo e possui uma inscrição em latim:
"IMPRESSUM PARME PER DAMIANUM MOYLLUM, PARMENSEM"
A inscrição pode ser assim traduzida: "Impresso com a permissão e colaboração de Damiano Moille". Como foram achados vários trechos assinados pelo mencionado artista, conclui-se que boa parte da autoria da obra e o alfabeto, são de Moille. Com essa pesquisa pode-se estabelecer a data da obra com alguma precisão: entre 1480 e 1483.
Mais ou menos, na mesma época, o frei e matemático Paciolli, notável como amigo do famoso artista, pesquisador e gênio Leonardo da Vinci, fez um tratado sobre a geometria da construção das letras. Este livro só foi publicado em 1509, porém já existia como belíssimo manuscrito, em época bem anterior.
Em 1514 Fanti de Ferrara, apresentou o primeiro método de ensino das formas geométricas das letras góticas. O título (em latim) do trabalho:
"THEORICA ET PRACTICA PERSPICASSIMI SIGROMUNDI DE FANTIS" (Teoria e prática da perspectiva e geometria ovalada de Fanti).
O título era enorme em comparação com a obra, pois ele apresentou somente as maiúsculas romanas, além de um conjunto de rondes semi-gótica. O trabalho foi útil pois Fanti introduziu essas semi-góticas letras (mais para a forma arredondada-ronde- do que para góticas) , que passaram a ser utilizadas então por calígrafos e monges e especializados nesta área.
Em 1522, Arrighi, um calígrafo de Veneza e assistente da Chancelaria Apostólica, publicou um livro com o primeiro modelo deste trabalho (todas as cópias eram de cartas escritas), era uma belíssima combinação de letras minúsculas, ligeiramente inclinadas, devido à velocidade de escrita, com maiúsculas retas e pequenos adornos em torno das mesmas.
A caligrafia artística e profissional de Arrighi era bem mais ornamentada em comparação com a versão mais popularizada, 50 anos depois. Nesta época , a escrita era mais rápida de modo que a caligrafia cursiva (sem muito adornos), tornou-se mais popular. A forma artística, porem permanecia fortemente enraizada, pois os documentos e cartas imperiais, bem como outras formas escritas, eram de vital importância e grande quantidade.
Com o passar do tempo, o aprimoramento de muitos especialistas e a formação cultural de um maior número de pessoas, pela igreja, a caligrafia foi ganhando mais adeptos. Deixou de ser uma arte pouca coisa mais popular. À educação de muitas pessoas passou a ser responsável pela divulgação da arte e da cultura. Assim, educação era sinônimo de escrita e escrita era sinônimo de caligrafia, por toda educação era transmitida por meios verbais e manuscritos.
Mãos, punhos e braços, passaram a ser exercitados para o trabalho educacional. Desta maneira, a caligrafia não era somente arte e sim uma ferramenta para o aprendizado. Não que o trabalho artístico não fosse tão valorizado , absolutamente. Ele ainda era, porém a cada dia, que eram mais pessoas a escrever no dia a dia.
A escrita foi adquirindo mais velocidade. As penas foram ficando mais finas para que as letras fossem apresentadas de modo claro e mais legível, pois a inclinação das letras devido à velocidade tornava o ato de escrever difícil, com penas para letras mais grossas. Arte e artistas, foram se especializando.
Por volta de 1630, as caligrafias manuscritas, ronde e gótica eram profundamente aplicadas a todos os tipos de trabalhos. A manuscrita cursiva para simples comunicações e educação formal, em estudos. A ronde para documentos e cartas mais elegantes. A gótica para documentos mais formais como proclamações e cartas especiais e cartas do clero. Os livros eram também assim escritos.
Durante o século XVII, a tendência em substituir-se a gótica pela ronde, foi mais acentuada, pois além de mais legível, devido a sua forma menos enfeitada e mais arredondada, era mais rápida na confecção. Essas mudanças entretanto, foram feitas gradualmente. Gerações de mestres recomendavam a caligrafia semi-gótica (depois denominada gótica Italiana), preferencialmente a qualquer outra, tamanho seu prestígio.
No início do século XVIII a ronde francesa , já dominava a sua área, já que a arte francesa em geral, dominava o mundo.
As três caligrafias mais amplamente difundidas depois da ronde eram a italiana e a francesa. As diferenças não eram muito significativas a não ser na largura das letras. Os italianos produziam mais traços angulosos; os franceses arredondavam mais acentuadamente as letras; os holandeses conferiam maior inclinação a sua escrita. Franceses, holandeses e ingleses produziam traços ascendentes com mais laçadas e as maiúsculas em menos elaboradas. Esses eram detalhes diferentes da caligrafia italiana, na qual as maiúsculas eram mais desenhadas e os traços ascendentes sem muitas laçadas. No primeiro caso, temos uma escrita que foi adaptada à necessidade de maior velocidade de trabalho. Sinal este, do tempo do desenvolvimento comercial.
A escrita comercial inglesa (manuscrita comercial) foi muito valorizada com a expansão do comércio inglês. Com esse desenvolvimento comercial, o mercado de navegação tornou-se o mais popular do mundo, oferecendo bons empregos à população nas áreas de contabilidade e controle de embarque de mercadorias. Como podemos observar este foi um dos pontos fundamentais do desenvolvimento da caligrafia cursiva inglesa ou ainda manuscrita comercial.
A caligrafia gótica sobrevivia para ser usada em títulos de livros e documentos. Era a forma artística para tão somente adornar o início de cada apresentação do documento ou texto.
Em 1630 e nos anos seguintes, os mestres calígrafos ingleses, possuíam uma arte que só foi projetada na Espanha, no século seguinte, apesar do comércio geral começar a adotar a manuscrita "SCRIPT" (letra de forma), na confecção das notas e faturas comerciais.
A natureza prática e simples do comércio inglês, não colocava em uso a arte dos mestres, não proporcionando assim uma divulgação, prática e conseqüente especialização e novas criações para a caligrafia. Os primeiros colonizadores na América, praticavam suas escritas originais. Benjamin Franklin utilizava a manuscrita comercial inglesa. A partir dela foram gravados os primeiros tipos americanos de impressão.
Em 1809, na América, Joseph Carstairs, de modo inédito, divulgou um tratado afirmando que a arte da caligrafia era controlada pelo antebraço, na gerência dos movimentos e não pelos dedos. Seu trabalho foi traduzido para o francês e o espanhol tamanha sua importância em estudo inédito. Chegou até a ser denominado SISTEMA AMERICANO.
A caligrafia americana foi, portanto, uma união deste tratado, com a caligrafia manuscrita comercial. Em 1855 o primeiro exemplo da típica caligrafia americana, foi registrado por Nenkins. O estilo pedia um bico de pena bem mais fina, com traçados descendentes da linha superior até alcançar a inferior. Uma tendência a produzir curvas e terminações floreadas e um extremo grau de condensação (aglomeração) de letras. No começo de sua divulgação, não alcançou muito sucesso, porém Spencer a ensinou em escolas e em métodos empregados em todo país, o que popularizou essa caligrafia. Até sua morte, em 1861, este estilo foi ensinado em 44 cidades americanas. Este estilo é até hoje conhecido como Sistema Spenceriano.
Vamos agora voltar um pouco no tempo para narrarmos os primórdios da escrita e explicar as características individuais de cada uma das mais famosas artes em escrita.
Primeiras Escritas
Tábuas com leis e mandamentos, inscrições em lápides de túmulos e outra gravações, eram assim feitas. A escrita era básica e nada artística. Em épocas posteriores, na Grécia e em Roma, as inscrições eram feitas em gravador de escrita, possuía uma ponta em uma das suas extremidades e na outra um aplainador para nivelar a cera levantada com a escrita. Após esta época, foi inventada uma ponta de chumbo com estanho que traçava os sinais gráficos antes de sua gravação. Este foi o precursor do lápis grafite de nossos tempos. No Egito Antigo, usava-se o cálamo, uma caneta de bambu, pontiaguda para as escritas em papiros e pergaminhos, sendo as tintas feitas à base de corantes naturais.
Antes da invenção das penas metálicas (Wise, um calígrafo inglês, construiu as primeiras, por volta de 1803) eram usadas penas de aves e as mesmas eram apontadas conforme cada necessidade e uso. As penas de patos eram as mais apreciadas mesmo na presença das metálicas. Porém, por volta de 1822, essas últimas começaram a fazer sucesso na Europa apesar da resistência dos mestres calígrafos.
O consumo de penas, somente no território francês foi estimado em 200 milhões de unidades! Isto foi divulgado na Exposição Mundial de Paris em 1851. Nesta época, as letras eram traçadas em pequenas tábuas e essas eram sucessoras dos papiros (árvore que nasce somente à beira do rio Nilo, no Egito e na Sicília, na Itália). O papiro foi usado desde a época da 5ª Dinastia dos Faraós, no Egito e muito popular no período de 2108 a 1689 a.C.
Os pergaminhos eram feitos em pele de animais e sua fabricação era muito elaborada e sofisticada. Até hoje o pergaminho é usado em importantes e clássicos documentos, como os diplomas das principais universidade do mundo. Seu nome é originário da cidade de Pergamus (cidade da Ásia Menor).Como o pergaminho sempre foi um papel muito caro, muitas vezes os textos eram raspados e o pergaminho era reutilizado para outras inscrições. Assim, documentos e códigos foram perdidos, para o registro histórico de nossa civilização.
O papel de retalhos de tecidos, foi inventado no século XI, substituindo o papiro. Sua invenção é atribuída aos chineses e outro tipo, aos árabes. Descobriu-se também que outro tipo de papel, feito a partir do linho e do cânhamo, era usado pelos egípcios, em conjunto com o papiro e, após esta época, quando este último já não era suficiente em quantidade de consumo. Nos dias de hoje o papel é fabricado com vários tipos de madeira. O seu reciclamento (reutilização) é um processo altamente difundido, pois o consumo, em todo mundo é enorme e precisamos preservar as nossas florestas. O papel poroso, do tipo mata borrão é um papel que não recebe um tratamento impermeabilizante com cola. Os romanos utilizavam também pranchas de marfim, para suas luxuosas inscrições.
Como era feito o papiro
As tiras desta árvore eram cortadas, molhadas em água pura e dispostas transversalmente umas nas outras, para formarem folhas. Após a secagem, eram enroladas e vendidas. No museu de Paris (O Louvre), podemos encontrar um papiro datado de 2000 a.C., da 5ª Dinastia do Egito.
O Pergaminho
Era o material preferido pelos papas desde a antigüidade. Seu uso começou a ser difundido com a proibição do rei de Pergamus em exportar o papiro para outros lugares. Esse regente clamava o uso exclusivo do papiro, em seu território. Com um especial tratamento dado à pele, o pergaminho podia receber impressões dos dois lados. Na época de Carlos Magno, floresceu o uso do pergaminho recebendo ele, nesta época, cores como o violeta. Seu uso popular estendeu-se até a Renascença.
Diagramação da Escrita - Composição
Cada tratado ou obra eram chamados de biblioteca. Ao final recebiam os títulos, que nos dias de hoje são colocados no início dos textos. As obras eram compostas de 4 a 8 peles dobradas ao meio (como foi feito posteriormente, em outra posição; para a diagramação em impressão), o que duplicava o número de páginas, já que os pergaminhos recebiam inscrições, dos dois lados. Somente no século XII é que as páginas começaram a ser numeradas, porém com sinais. No século XIV, os números substituíram os sinais.
As pautas eram inexistentes; eram seguidos os relevos (membranas) do papel. Excepcionalmente, na obra intitulada CÓDIGO ALEXANDRINO, pautas foram feitas dos dois lados dos pergaminhos, utilizando-se uma ponta de ferro para marcar o material, riscando-o e produzindo um relevo nas folhas. Carlos Magno utilizava esse tipo de pergaminho, porém com pautas de um lado só. Isso foi descoberto no século XIX, quando um minucioso exame foi feito em um tipo de documento encontrado em escavações arqueológicas. A análise deste trabalho concluiu que o papel possuía uma sofisticada composição de cânhamo, linho, pouco algodão e todo o material foi tratado com cola de amido e não cola vegetal. Sem a cola, qualquer tipo de papel torna-se extremamente poroso absorvendo por demais a tinta produzindo borrões, os quais distorcem as escritas.
Caligrafia Inglesa
Derivada da caligrafia Irlandesa era ensinada por missionários católicos, antes do século VII. A comunicação com Roma naquela época, era muito difícil, por isso as modificações foram feitas de acordo com a região e os materiais (penas) existentes, assumindo, portanto, uma característica própria.
Após o século VII, tornou-se mais arredondada com leves ornamentos, até ganhar ângulos e muita inclinação, traços que conserva até os dias de hoje.
Suas características principais são: a linha reta, a curva e a mista. As letras fundamentais é o I e O. O alfabeto resulta da união desses elementos. A inclinação que era originalmente de 45º passou a ser de 52º assumindo, portanto, um traçado menos inclinado e mais elegante.
Caligrafia Comercial, Corrente ou Manuscrita
Este tipo, também inicialmente é batizado como ROMANA, nasceu no século I e floresceu entre os séculos V a XII. Foi difundida com o nome de CHANCELARIA IMPERIAL, após modificações feitas pelo italiano Marcelo Scalzino. Suas características são: inclinação de 20° à direita, com porções superiores e inferiores bem pronunciadas, terminando em traços e hastes em filetes ou anéis bem fechados.
Neste tipo de arte, na Antigüidade, um outra característica grifava a arte. A letra m era sempre mais estreita que as demais. Esta é a arte que antecedeu a manuscrita comercial, passou a ser desenhada em tamanho menor, com ligações entre as letras, feitas por filetes. Essa ligação era traçada de maneira que a mão levantava-se do papel apenas uma vez, terminada a palavra. A manuscrita comercial também adquiriu um formato mais redondo com inclinação a 45° e mais tarde a 53°, por questões estéticas.
Os grupos de letras são os mesmos para a comercial e para a inglesa:
- a, e, i, m, n, o, r, s, u, v, w, x, z.
- t, d, b, l, f, h, k.
- g, j, p, q, y.
Os algarismos usados nesta caligrafia são os ARÁBICOS.
Caligrafia Comercial Alemã
Uma caligrafia muito elegante com traços finos. As minúsculas possuem formatos diferentes. As letras c, e, m, i, n, e u não são suficientemente arredondadas para o nosso padrão de escrita, mas terminam em hastes cheias. Aplicamos a este tipo de arte, os mesmos princípios adotados para a inglesa.
Caligrafia Italiana
A caligrafia italiana, também é conhecida como BASTARDA, por ser ilegítima a partir da latina (um desvio de traçado), foi a caligrafia oficial na Itália, nos séculos III, IV e V. Ainda nos dias de hoje, esta arte é utilizada em lápides. Podemos também citar outra característica: a caligrafia italiana é uma modificação da CHANCELARIA IMPERIAL, com traços artísticos próprios. Esta arte é feita com pena de PONTA CORTADA e inclinação de 66°. Os traços cheios ascendentes, são iguais aos traços cheios descendentes. As porções superiores não tem forma de anel, porém as porções inferiores são aneladas.A caligrafia italiana é muito utilizada em importantes e artísticos textos, até os dias de hoje.
Os grupos obedecem a seguintes ordem:
- a, m, n, y, u
- c, e, g, l, o, n
- f, i, j, k, h, t
- b, p, r
- d, q, s, v, w, z
Este tipo de arte é muito usado no mundo todo.
Caligrafia Coulée
È a caligrafia nacional francesa é bastarda da italiana. Usada na França desde o século XVIII. Diferente da italiana pelas hastes mais alongadas. Esta arte também é feita com pena cortada.
No início dos tempos populares, era escrita com leve inclinação à esquerda e alguns calígrafos assim ainda a traçam.Os primeiros bonitos exemplos apareceram na França em 1671. A Coulée ou cursiva francesa é escrita com um pouco mais de velocidade do que a italiana.
Caligrafia Ronde
Redonda ou "ronde" (redonda em francês), possui grande afinidade com a italiana. A França foi também artisticamente famosa pelo seu legado em 3 tipos de caligrafia - Coulée, manuscrita ou cursiva e a ronde. Em escolas de arte, primeiramente ensina-se o domínio da coulée. Depois a ronde começa a ser aprendida e executada. A caligrafia ronde é reta, não tem inclinação e não se deve exercer maior pressão sobre o papel, para que os traços descendentes não se tornem mais largos que os ascendentes.
Os Números Através da História
Desde o início da humanidade, cálculos eram necessários, por isso antes do advento dos números, sinais numéricos precisaram ser criados para a expressão e memorização desses cálculos.
Antes da linguagem, propriamente dita, uma comunicação, através de sinais (como linguagem dos surdos mudos) foi criada para possibilitar a comunicação. Através dos sinais, apareceram também sinais numéricos com equivalência de 0 a 9 e isto era expresso, pelas diferentes posições dos dedos dos pés e mãos. Os primeiros 5 números eram representados pelos dedos de uma das mãos, aberta. Depois eram adicionadas outros da outra mão. A mão cheia (com 5 dedos) era representada pelo sinal V, depois eram adicionados um a um como demonstram os números: seis (VI), sete (VII) e oito (VIII). O dez, ou seja, duas mãos fechadas com o punhos cruzados, era representado pelo X, por isso o nove era representado pelo um menos dez (IX).
As mãos cruzadas sobre os pés, X por X, valiam por 1000 (M).Para medir-se as distâncias, usava-se o pé que repetido mil vezes (1000 x 32,3 cm) produziam a MILHA.
Os indianos foram os primeiros a dar a forma aos números de 0 a 9. Os romanos, em seus símbolos (IV , IX, etc..), foram os primeiros a dar origem à subtração (diminuição)
A origem dos números sempre foi incerta. Os hebreus, por exemplo, usavam letras para simbolizar os números ou quantidades. Em 1256 os árabes difundiram a arte dos números e em 1260 os indianos aperfeiçoaram sua formas. Em formatos normais (médios e pequenos), os números devem ser um pouco maiores do que as porções médias (centrais) das letras. Procure acompanhar as artes em números e letras, a cada caligrafia utilizada.
Caligrafia Gótica
A caligrafia gótica, foi também chamada na Antigüidade de CAROLINA, em homenagem a Carlos Magno, no século X, que deu grande divulgação a esta arte, por ser um grande incentivador da literatura, artes e ciências. Por seus traços elegantes tornou-se popular até o século XV. Devido à praticidade, a gótica caiu em desuso diário, para tornar-se apenas artes, sendo esta valorizada até os dias de hoje.
O alfabeto gótico é dividido em dois grupos para as letras minúsculas.
- a, c, e, i, m, n, o, r, u, v, w, x, t , l, f e p.
- b, d, g, h, k, q, s, y e z.
Gótica dos Pergaminhos
Também chamada Humanística por ser empregada por intelectuais e poetas. Aperfeiçoada e difundida entre os séculos XII e XV é derivada da caligrafia gótica alemã, tendo esta recebido traços mais arredondados.
O Estilo Gótico Alemão
Também chamado de moderno, pois foi um dos últimos a ser empregado. Alguns historiadores o denominam a partir da caligrafia FRACTUR-SCHRIFT (Alemanha), do século XV. Este estilo foi aperfeiçoado pelos ingleses no século XVII. As letras maiúsculas são divididas em 4 grupos para o seu aprendizado.
- I, F, J, L, E, H, K
- C, G, T, O, Q
- U, A, P, B, R, N, Y, M, V, W
- D, S, X, Z